Em certo momento, percebi que não era apenas um beijo. Era uma aula. Era uma aula particular, intensa, interativa, sensória, vertiginosa, elétrica. E era mútua. Aluno e professora, professor e aluna. Descobrir as possibilidades e as promessas do contato. Gosto, toque, cheiro, som, imagem - olhos fechados, é claro, mas não é assim que a imaginação floresce? Prelúdio.
Me perdi numa viagem no tempo, lábios servindo de veículo. Voltei àquela época de apresentação ao que melhor existe no contato com uma mulher. Tive, sim, encontros e beijos maravilhosos neste intervalo, alguns que ficarão cravados para sempre em minha memória. Mas algo em mim dizia que eu não mais sentiria aquela falta de fôlego, aquela que se instala não por falta de oxigênio, mas por sobrecarga da pele. Pois isto estava apenas escondido.
Adolescência reencontrada? Não, não chega a tanto. Até porque, experiência adquirida serve como âncora. Mas, se por um lado esta âncora te trava ao chão, esta mesma fundação te fornece perspectiva. Que bom ter o corpo preso ao espaço e a mente livre ao tempo.
Que bom também que o beijo é, além de tudo isso, um ponto de partida. Prelúdio, lembra? Pois é, só lembrei por causa dela...
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