sexta-feira, janeiro 05, 2007

Planeta Amarelo


Os astronautas que já viram a Terra do espaço constataram que nosso planeta é realmente azul. Houve um dia, porém, em que ele foi amarelo. E não fosse um capricho do destino, possivelmente ainda o seria.

Iniciei ontem a leitura de um livro que pode mudar a concepção da história do homem, trazendo consigo implicações extraordinárias e potencialmente bastante controversas. A improvável aceitação (cinco séculos de crença não são facilmente ignorados) dos fatos trazidos à tona pelo livro "1421: O Ano Em Que A China Descobriu O Mundo", do autor britânico Gavin Menzies, perece diante das evidências. De acordo com Menzies, foi a China a primeira potência a colocar os pés nas Américas e não as já conhecidas forças européias do séculos XV e XVI.

Mais impressionante, isto foi feito 70 anos antes e numa escala espantosa em comparação aos Portugueses, Espanhois, Franceses, Ingleses e Holandeses. Não bastasse, descobriram a Antártida, chegaram à Austrália 350 anos antes de Cook e circumnavegaram a Terra um século antes de Magalhães! Tudo realizado, não em três míseros "botes" de quinze metros de comprimento, a exemplo de Nina, Pinta e Santa Maria, mas centenas de colossais juncos de cento e cinquenta metros. Isto sem falar no resto da frota chinesa, entre navios militares e de carga, que de longe ultrapassariam em tamanho e número as frotas da grande maioria das nações modernas.

A China medieval era o real lar do conhecimento. Pioneiros e peritos em vários campos científicos (com destaque para a astronomia - solucionaram o enigma da longitude 300 anos antes dos europeus), a China revolucionou, sob os ensinamentos filosóficos de Confúcio, a maneira de pensar do ser humano. E não apenas nas ciências, mas também nas artes e na literatura, entre outros. Numa época em que o Rei Henrique V possuía em seu acervo seis livros manuscritos (três desses emprestados por um convento de freiras), a biblioteca da recém inaugurada Cidade Proibida do Imperador Zhu Di compreendia uma enciclopédia de 4.000 volumes.

São este e outros fatos igualmente assombrosos contidos no livro que levam o leitor a imaginar um mundo dominado pela China. Não fosse a política da China de não colonizar, mas apenas "seguir até os confins da Terra para recolher tributos dos bárbaros de além-mar", e também as circunstâncias acerca dos eventos que se desenrolaram no império chinês nesta mesma época, um planeta amarelo seria muito possível, para não dizer provável.

Daí a revolucionar o conceito, hoje praticamente incontestável, de que foi Cristóvam Colombo que descobriu o novo mundo, é realmente um grande passo. Contudo, Gavin Menzies expõe em seu livro a teoria de que esta exploração européia, iniciada em 1492, foi realizada com base em mapas já existentes (e, pelo que parece, extremamente precisos) na época.

Seria a exploração européia mero plágio? Seriam os chineses os verdadeiros desbravadores dos desconhecidos extremos da Terra?

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