segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Comunhão


Há lugares nesse planetinha azul que nos proporcionam uma certa energia, uma comunhão com os elementos. São locais longe do concreto, das buzinas, da correria, de formigueiros humanos. Pelo contrário, aqui imperam o silêncio, o verde, as correntezas fluviais... Pois são exatamente esses os ingredientes que recheiam a beleza natural e o charme de Visconde de Mauá, Maringá e Maromba.

Cachoeiras belíssimas se espalham por todos os lados, umas enormes e imponentes, como se estufando o peito para abrir clarões na vegetação, outras pequenas e escondidas, como escaninhos da natureza. Araucárias, flores, grutas, borboletas azul-claras aos montes, estradinhas de terra como capilares se distanciando da civilização, pousadas aconchegantes e numerosas, umas remetendo aos tradicionais chalés Suiços, outras mais simples e agraciadas com redes, bem brasileiras... Enfim, um cenário para dissolver qualquer desgosto.

Paralelamente a toda esta paisagem bucólica, há também, se desejada, adrenalina em doses generosas! Pode ser na Cachoeira do Escorrega, onde se encontra uma rocha lisa, ondulada e de boa inclinação que, com o auxílio da forte correnteza do rio, impulsiona a pessoa ladeira abaixo até uma piscina natural, ou então no Poção da Maromba, que é também uma piscina natural, essa com um paredão que se ergue à sua lateral, oferecendo uma plataforma de uns cinco ou seis metros para o pulo dos mais corajosos (ou loucos, como queira interpretar!). Esse louco aqui pulou nove vezes no total!

Para completar, talvez a melhor truta que comi em toda minha vida, na Truticultura Santa Clara. Assada inteira na brasa, sua pele coberta em sal, é servida com molho teriaki e acompanhada por cogumelos cozidos no bafo. Juntamente com a explosão de paladar da primeira garfada, senti também pena, pois sabia que uma hora acabaria... Isso sem falar nos deliciosos sashimi e carpaccio de truta que iniciam a festa.

Como resumir? Talvez, a melhor forma de fazê-lo (e ao mesmo tempo quebrar esse clima de revista de turismo!) seja essa:

A lavagem de minha alma foi completa, o corpo revigorado por uma injeção de sensações que há tempos não sentia, a mente clareada por imagens às quais a câmera fotográfica não fez justiça. O Rio Preto, personagem principal dessa história, se espreme entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais... Mas poderia muito bem ter se espremido por minhas veias nesse fim de semana.

2 comentários:

Michael disse...

Beautiful photograph.

Renata Rollin disse...

Mauá! "Eu quero uma casa no campo pra plantar meus amigos, meus discos e livros e nada mais!" Tb adorei o findi! Beijocas