terça-feira, fevereiro 13, 2007

Cativeiro II

Ainda sobre a morte grotesca do menino João Hélio na semana passada...

O presidente Lula e a ministra do STF Ellen Gracie têm respondido ao clamor pela redução da maioridade penal com a afirmação de que atitudes drásticas não devem ser tomadas em momentos de comoção.

Isso me espanta.

Aparentemente, SÓ ELES não perceberam que a morte de João não é um mero "soluço" da criminalidade no Brasil e que a reação indignada da sociedade não é um pico hipertenso de pessoas normalmente tranquilas. É, muito pelo contrário, um dos vários gritos de desespero de quem vive TODOS OS DIAS uma comoção calada e triste, sob a batuta cruel de criminosos que decidem a vida ou a morte de indivíduos e de famílias inteiras (seja puxando um gatilho, ateando fogo a um veículo cheio de gente, ou arrastando uma criança por sete kilômetros) com critérios semelhantes àqueles usados na escolha do sabor de um sorvete.

Chocolate ou baunilha? Vive ou morre?

Não bastasse isso, nossa ministra soltou a seguinte pérola ontem:

- (Havia) apenas um menor envolvido num grupo maior de pessoas suspeitas. Direcionar tudo em relação aos menores me parece uma atitude persecutória em relação à nossa infância, que merece educação, oportunidades de crescimento, de emprego, de formação profissional, para que não caia no mundo do crime.

Não preciso nem dizer que concordo plenamente com a segunda parte de sua afirmação. Tem toda a razão, nossos jovens merecem isso mesmo. Mas pelo amor de Deus, em que país essa mulher viveu nos últimos anos?! Quantas vezes são divulgados os nomes de criminosos através de iniciais?? E., D., P., R., e assim por diante, indicando que são "de menor"...

Este é o típico comentário imbecil de quem parece ver o Brasil através de um livro de direito (obviamente inadequado para a realidade), e mais ainda, por cima dos ombros de uma legião de seguranças.

Um comentário:

Teacher Laila Chris disse...

So that you're aware of: I'm around!!!!!!!!!!!
h&K