quarta-feira, maio 03, 2006

Raízes Em Vermelho e Preto (Parte 1)


AS ORIGENS -

Meu pai jamais teve o direito de escolher seu time, pois meu avô, maluco, não admitia que alguém na família fosse outra coisa que não fosse America. Seu vício pelo "Sangue" carioca era tanto que dois casos contados por meu pai até hoje perduram em minha memória:

1) O América consagra-se campeão de algum torneio (meu pai não soube dizer qual) e meu avô, numa violenta crise de felicidade, invade o campo e agarra o goleiro com um abraço que levou ambos ao chão.

2) Minha tia, com meros três meses de vida, ganha um tour completo da sede do America Football Club nos braços de meu avô, sócio do clube. Detalhe: Com direito a apresentações de todos os funcionários da época e explicação minuciosa das dependências do clube.

Entendeu a neurose? Pois é, meu pai a sentiu na pele. Ele, que cresceu na época do Glorioso Botafogo de Garrincha e cia, foi impedido de tornar-se Botafoguense por meu avô ensandecido.

O lado de minha mãe é composto por um timido bando de tricolores, todos donos de uma paixão tépida, se é que isso venha a se chamar de paixão; digamos que é inversamente proporcional à loucura de meu avô paterno. Nunca alguém desse lado da família demonstrou qualquer indício de amor ao Fluminense e jamais alguém manifestou o desejo de me influenciar. Sorte minha...

Vascaínos, graças a Deus Pai Todo Poderoso, não conheci em minha família. Existe aqui e ali um "agregado" que, se pisar fora da linha, será sumariamente escorraçado. Vasco, NÃO.

Sendo assim, até hoje não sei bem a quem devo agradecer. Quis o mesmo ser supremo que acabo de mencionar que eu me tornasse um inveterado Rubro-Negro, daquele tipo que sofre físicamente durante jogos decisivos. No Maracanã, metade do espetáculo é no campo, metade é meu, nas arquibancadas (um dia, por sinal, hei de contar minhas poucas mas hilárias histórias de Maracanã nessas páginas). Final de campeonato então, é coisa séria! Suo frio, as pernas tremem, as unhas encolhem e a garganta ferve.

Algum filtro foi forte em minha infância. Sim, digo "filtro" porque aos 4 anos, dizia que era Flamengo, Vasco, Fluminense, Bangú, América, Botafogo, etc, etc... Tudo junto. Possivelmente, sei exatamente que filtro foi esse: Foi o Flamengo da década de 80, que varreu o planeta com um futebol avassalador, sob a batuta de Júnior, Adílio, Andrade, Mozer, Leandro e família. Ah, tinha também um tal de Zico no time. Gooooooooooool... Zico, Zicão, Zicaço!!!! Ou seja, foi mesmo uma lavagem cerebral. O menino aqui não teve opção que não fosse torcer para aquele time que conquistava o Rio, depois o Brasil, depois a América e finalmente o mundo. E assim, a nação cresceu em "n" milhões + 1.

4 comentários:

Anônimo disse...

Eca, Bê...
Sabia que tinha alguma coisa de errado com vc...

Anônimo disse...

ops! não assinei!
Fui eu, Si!

Teacher Laila Chris disse...

Funny you wrote about soccer coz I am working on a post on the same topic... That's really something.
PEACE

Anônimo disse...

Você, quando teve a grata experiência de morar em São Paulo, deveria ter se tornado São-paulino!
Seu Irmão.